ANIVERSÁRIO
128 anos do Marechal do Ar Eduardo Gomes
Reviver a história do Marechal do Ar Eduardo Gomes, Patrono da Força Aérea Brasileira (FAB), é uma oportunidade ímpar de cultivar os mais relevantes valores de uma sociedade por meio do sentimento patriótico e da cidadania sempre presentes em seus atos. Nascido em 20 de setembro de 1896, na cidade de Petrópolis (RJ), ele foi aviador, militar e político brasileiro, além de Ministro da Aeronáutica nos governos de Café Filho, Carlos Luz e Castelo Branco.
Em 1916, ainda com 19 anos, ingressou na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro (RJ), formando-se dois anos depois como Aspirante a Oficial do Exército na Arma de Artilharia. Desde essa época, já buscava envolvimento com a Aviação.
A primeira turma de observadores aéreos do Exército Brasileiro (EB) formou-se em 1921 e teve como observador “01” o Tenente de Artilharia Eduardo Gomes, que mais tarde foi incorporado à Força Aérea Brasileira. Ao longo dos anos, a experiência dos observadores aéreos do Exército evoluiu, mas foi com o surgimento da Segunda Guerra Mundial e com a criação da FAB que ocorreu o mais importante capítulo dessa especialidade militar, que tanto auxiliou no combate ao inimigo, garantindo a segurança dos aliados e a vitória.
Além de sua atuação na Segunda Guerra Mundial, Eduardo Gomes teve um papel fundamental na Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, em 1922, quando, ainda jovem, lutou bravamente ao lado de outros militares pela defesa de seus ideais. Ferido gravemente nessa ocasião, ele sobreviveu e solidificou sua reputação como um militar de princípios firmes e de grande coragem. Essa revolta foi um marco na sua trajetória e o destacou entre seus pares.
Em maio de 1931, cerca de dez anos antes da criação do Ministério da Aeronáutica, o então Major Eduardo Gomes comandou o Grupo Misto de Aviação, criado no Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro (RJ). Naquela época, o Marechal Eduardo Gomes, figura central na história da aviação brasileira, também teve um papel decisivo na criação e expansão do Correio Aéreo Nacional (CAN). Sob sua liderança, o CAN se consolidou como uma importante ferramenta de integração nacional. A história começou com os Tenentes Casimiro Montenegro Filho e Nelson Freire Lavenère-Wanderley, que realizaram uma viagem histórica a bordo de um Curtiss Fledgling, matrícula K-263, transportando a primeira mala postal do então Correio Aéreo Militar (CAM). Com o tempo, o CAM evoluiu para o CAN, conectando regiões remotas e promovendo a unidade nacional, função que desempenha até os dias atuais.
Eduardo Gomes também se destacou na vida política. Ele concorreu à Presidência da República nas eleições de 1945 e 1950, e, embora não tenha sido eleito, sua influência no cenário político foi significativa. Sua liderança e visão de país transcenderam o campo militar, tornando-o uma figura importante também no ambiente civil.
Homenagens e Reconhecimento
O Marechal do Ar Eduardo Gomes morreu em 13 de junho de 1981. Seu trabalho pioneiro como impulsionador do CAN foi reconhecido nacionalmente no dia 12 de dezembro de 1972, quando foi proclamado Patrono do Correio Aéreo Nacional pelo Congresso Nacional. Em 1984, recebeu o título de Patrono da Força Aérea Brasileira.
A cidade do Rio de Janeiro o homenageou dando o nome oficial de Parque Brigadeiro Eduardo Gomes ao aterro do Parque do Flamengo, já que este fica em frente ao Edifício Seabra, onde morou. Em Brasília (DF), o 11º Grupo de Artilharia Antiaérea do Exército Brasileiro tem a denominação histórica Grupo Brigadeiro Eduardo Gomes, em homenagem ao Patrono da Força Aérea Brasileira.
A condecoração "Medalha Eduardo Gomes Aplicação e Estudo" foi destinada a incentivar a aplicação nos estudos e na instrução, premiar e dar relevo ao mérito intelectual de Oficiais e Praças da Aeronáutica que venham a distinguir-se nas atividades escolares.
O legado de Eduardo Gomes vai além de suas conquistas no ar e no campo de batalha; ele permanece como uma referência de integridade, patriotismo e dedicação ao Brasil. Sua trajetória continua a inspirar as gerações de militares e civis, consolidando seu nome como um dos mais ilustres da história do país.
Fotos: Arquivo Cecomsaer